terça-feira, 21 de agosto de 2012

"Veja o ódio que estamos criando, veja o medo que estamos alimentando." (Guns n' Roses - Civil War)

E a vida na verdade, é acumulativa, a gente vai acumulando as perdas, os danos, as cicatrizes, os esbarrões, os sonhos, as vontades... A gente vai jogando pra frente, pra resolver depois, pra tratar outra hora, pra conseguir outro dia, e chega uma hora que tudo isso desaba na tua cabeça, tudo que tu tentou evitar por dias, semanas, meses e algumas vezes até anos, vem sobre ti, e te faz relembrar tudo que a vida te fez passar, tudo que ela te fez ter que entender, mesmo sem querer, tudo que tu foi obrigado a se acostumar, mesmo dizendo que não. Lembra também daquelas coisas que desde sempre te incomodam, mas que tu não pode mudar, e de certa forma, não convém, então tu vai levando, vai jogando pra frente... E tudo vem à tona, num momento que, como se já não bastassem os problemas naquele dia, daquele momento, todos os antigos, enterrados, esquecidos e talvez até insolúveis, te vem na mente. E eles te pegam nos momentos mais vulneráveis: antes de dormir, ou no banho, qualquer momento que tu esteja sozinho, pensativo, ou tentando não pensar, simplesmente esquecer. E pra mim, é como um hóspede que se instala num lugar, essa mistura de pensamentos, dores e problemas, se instala em mim, sem pedir permissão, e sem dizer quanto tempo vai ficar. Algumas vezes é coisa rápida, outras, uma eternidade. Se não fosse Aquela força maior que é maior que qualquer força negativa, e as pessoas maravilhosas que a gente encontra, e que a gente tem, que por alguma razão desconhecida, estão na vida da gente, ela nunca iria embora. Mas ela vai, pode demorar, mas vai. Até ela sair, é demorado, complicado, doloroso... E a melhor sensação é o "pós-dor", a sensação de liberdade, de saber que aquilo que te aprisionava e que só te fazia ver o lado obscuro das coisas e das pessoas, foi embora, e te permitiu, novamente, enxergar o quão linda a vida é, apesar de seus obstáculos, dúvidas e dores, que se a gente se arriscar a atravessar a montanha dos nossos medos, a vista do outro lado, pode ser espetacular!

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